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ROCK PROGRESSIVO

sexta feira 15 de Janeiro de 2016


DAVID BOWIE ESTÁ MORTO!


A Estética na Arte entra em colapso e é o fim de uma Era.
Bem vindos a Idiocracia!

David Bowie, ícone artístico, ídolo mundial, faleceu no dia 10 de janeiro, após completar 69 anos no dia 08 de janeiro e lançar seu ultimo trabalho polemico BlackStar, incensado pela critica moderna. Infelizmente o câncer fez mais uma vítima nesses tempos de mudanças, porem essa nos pega de surpresa, já que pensávamos Bowie como um ser intergaláctico e eterno, que não morreria, quando cansasse do planeta Terra, embarcaria e retornaria ao seu. Nos enganou, este era apenas mais uma de suas personas e agora caímos na real de que a Arte atualmente passa por um período de efemeridade e mediocridade assumida. Com a morte de David Bowie encerra-se um ciclo de prosperidade e pesquisa nas varias facetas da Arte, desde a musica até a pintura, mídia, grafismo, literatura, etc. 

Talvez os mais novos não saibam, mas ele foi o responsável pela invenção de vários estilos e trabalhou com mais de 300 estilistas durante 50 anos de carreira. Talvez a roupa que os jovens usem hoje em dia, tenham o dedinho de Mr. Bowie em suas incursões e performances nos palcos do mundo inteiro e fora deles. Mr. Bowie foi realmente um artista completo! Aos "Neo Bowie post mortem", não recomendo o disco novo para iniciar a degustar sua obra, mas sim os trabalhos dos anos 80, aliás, Bowie inventou os anos 80! Se não houvesse David Bowie, provavelmente os anos 80 teriam outra cara e os 90 seriam mais sem graça ainda. 
O que dizer de David Bowie? Um grande cantor? Artista impar? Excelente nas performances ao vivo? Rei da Estética Visual e Conceitual? Tudo já foi dito sobre ele e agora admiradores necrófilos da arte, surgirão para incensá-lo cada vez mais ao Olimpo do Pop e do finado Rock and Roll. Sinto em lhes dizer, mas ele partiu com seu séquito e nos deixa aqui na lama dessa "Mediocritatem Temporalis"! Tempos insanos os que vivemos, pois a musica é cada dia mais sem rosto e sem estética, um baticum sem nada a dizer, apenas a insinuar. Cadê a rebeldia adolescente contra o sistema? Cadê a velha calça desbotada a pisar sobre as mesas postas, ou o paletó com tachinhas e alfinetes, ou um terno preto com tênis branco "All Star" ? Nada mais importa do que fazer biquinhos em redes sociais, jogar os cabelos e contar os likes e deslikes nas fotos e nos posts! O que dizer de David Bowie pra essas gentes padronizadas pelas suas atitudes feicibuquianas e insossas tão sem nada a dizer, apenas a posar suas caras e bundas e bíceps e triceps? 
Queridos nesta semana do luto por esse artista mágico, percam-se em suas roupas modeladas no mais alto bom gosto, em suas personas criadas para cada disco, percam-se nos seus estilos mixados e utilizados por ele ao seu bel prazer e, acima de tudo, tenham paciência pra se perder em suas musicas não comerciais, pérolas escondidas em cada disco, pode ser que você não considere o melhor que ele fez, mas saiba que ele abriu as portas para outros que foram grandes depois dele! 
David Bowie praticamente inventou a estética da década de 80, estudando e fundindo estilos durante o final dos anos 60 e nos anos 70! Desde os cabelos, as roupas, passando pelos sapatos, "underwears" e "under pressures" e clipes de musica com historias, tudo tinha um dedo e um olhar paralisante de Bowie durante a década de 80! E foi nesta década, a única que ele ganhou algum dinheiro com a musica. 

Sim, Bowie não se vendia ao comercio de sua arte, fazia o que queria, um dos poucos artistas com atitude.

Durante os anos 90, com o crescimento e a popularização da internet, Bowie se antecipa e cria a Bowienet e comercializa sua musica via rede, se tornando um dos primeiros a usar a rede para vender musica, populariza seu catalogo, ganha milhões e antecipa o fim de uma era, do domínio dos estúdios! Bowie visionário! Bowie inventa os anos 2000! Bowie é Arte! Sim, ele foi a Arte Pop viva desde os anos 60 até sua morte! E ao final ainda nos lega um belo disco, polemico como ele gostava, porem o retrato de sua vivencia e talvez uma desesperança com o futuro, mas bem vestida e com muito bom gosto, como sempre! Bowie em Grande Estilo! Ele se despede com duas obras, que fazem seu epitáfio glorioso, como um Midas Pop deveria terminar. Seu ultimo trabalho, seus dois últimos videoclipes, encerram a fase de personas nos entregando um Bowie comum, despido de fantasias, como um de nós. Ao final das contas, ele era mortal como todos nós somos. 
Depois da saga de Ziggy, da balada de Aladdin Sane, como Soulman bebendo nas águas da musica Black norte americana da Filadélfia ao Harlem, do niilismo nietzschiano do "Thin White Duke" a musica eletrônica da fase Berlim e a desintoxicação das drogas, até a invenção dos anos 80 com o Queen e seu disco referencia "Scary Monsters", Bowie encerra seu estrelato no palco da Terra com dois trabalhos totalmente "clean" e sem "make up"! Bowie está velho! E tem coragem para assumir isto com todo cinismo e descrença da idade madura, pois seu trabalho maravilhoso não tornou o mundo um lugar melhor. Ao contrario, seu trabalho é referencia, mas a maioria prefere o "kitsch" e o descartável, o lixo e o insosso, o nada e o execrável. Enfim, Bowie descrente com o panorama nos entrega uma obra final que não se propõe mostrar caminhos, mas abrir nossos olhos para a incompetência nossa de cada dia. 

Bowie dispensou o funeral, depois de morto, seu corpo foi cremado sem a presença de familiares e amigos, foi assim que ele quis, pois seu desejo era de ser lembrado pela sua Arte, por sua musica e não pelo culto a morte, tão típico nos dias de hoje, tempos de paparazzi e famosos de quinze minutos. Longa vida ao Camaleão, longa vida a sua arte, pois seu corpo já retornou a Terra! 
Em seu ultimo disco, ele entregou que estava partindo, porem estava bem, já estava no Paraíso. Ficamos nós aqui vivendo sob uma Idiocracia!


I've got scars that can't be seen
I've got drama, can't be stolen
Everybody knows me now
Look up here, man, I'm in danger
I've got nothing left to lose
I'm so high it makes my brain whirl
Dropped my cell phone down below
Ain't that just like me?
By the time I got to New York
I was living like a king
Then I used up all my money
I was looking for your ass
This way or no way
You know, I'll be free
Just like that bluebird
Now ain't that just like me?
Oh I'll be free
Just like that bluebird
Oh I'll be free
Ain't that just like me?


Da Redação
Paulo Trindade

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

RICK WAKEMAN EM BELO HORIZONTE, TERCEIRA VEZ!


Show de Rick Wakeman e banda no Palacio das Artes em 01/11/14
Assistir a um show em Novembro de 2014, de um senhor de 65 anos de idade, aquele que durante os anos 70, alimentou os sonhos de uma geração com temas fantásticos da literatura ou da historia humana, realmente é algo inusitado!Rick Wakeman  mantem um publico cativo a décadas e que consegue rejuvenesce-los com suas musicas, executadas com maestria em um passeio mágico por seus teclados! Ele estava lá pela terceira vez, pisando em solo mineiro, nos agraciando com sua musica de verdade. Não é saudosismo, mas a celebração da boa musica e o reconhecimento do talento deste musico que, apesar da idade, surpreende a cada sucesso resgatado.
Durante sua apresentação de mais de duas horas sem intervalo, o espectador é brindado com um show de virtuosismo sem artimanhas e resultados sonoros simplificados e Popismos, lembrem-se estamos falando de Rick Wakeman, o mago dos teclados! Sua simpatia e elegância britânica também são um show a parte, já que ele se mete a tocar no meio da platéia, passeando e solando com seu teclado no meio do povo, trazendo a musica Starship Trooper do Yes para perto de todos os fãs. Passeia por entre todos como se os conhecesse há anos, o que não deixa de ser verdade, pois sua musica há muito tempo aproximou várias gerações em uma simbiose perfeita. Ele conduz a platéia por diversas viagens literárias e históricas, conduzindo o imaginário coletivo através de cada nota de seus teclados, pronunciadas em silencio por cada coração ouvinte ali presente. É emocionante ouvir trechos de Journey to the Centre of the Earth, partes do King Arthur and the Knights of the Round Table, até Music Reincarnate do No earthly connection, seu álbum mais Cult! Faltou algo do disco 1984, talvez a musica Julia, imortalizada pela Chaka Khan, aqui poderia rolar até um convite de alguma interprete brasileira, uma participação especial, atenção produção, vamos tentar isto da proxima vez, ok? Apesar disto, porem, não rolou nada que maculasse o show, perfeito até o final apoteótico.
Após o show, ele ainda teve a simpatia de receber todos os fãs com seus discos e fotos para autografar, distribuídos através de sorrisos cansados, mas satisfeitos com mais uma execução brilhante. Realmente, o carisma dele com os fãs, torna sua carreira cada vez mais duradoura. Agora este senhor inglês retorna ao descanso de seu lar, quem sabe para preparar alguma nova ode a um novo cavaleiro, ou um bruxo, ou mago e deixa a todos encantados mais uma vez por sua musica atemporal. Rick Wakeman volte sempre, estamos te esperando para mais uma viagem, uma batalha de cavaleiros, uma nova conexão com a terra, ou qualquer outra historia que você queira contar. 
Simpatia em pessoa, depois do show autografando e abraçando fãs! Meus amigos Robson Alves e Fabio Lucio Correa!

Só temos uma coisa a dizer a voce, Magos dos Teclados, obrigado ídolo de uma era e de sempre! Obrigado pela musica, pelo autografo, pela simpatia! Saudades ficaram, porem resgataremos sua presença ouvindo e seguindo em uma Viagem ao Centro da Terra!




Da Redação

Paulo Trindade

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Retro 2014 Expectativa 2015


Fim de mais um ano chegando, este é o exato momento para o balanço dos acontecimentos e envolvimentos, avaliando e programando novas aventuras, ainda mais pelo país do ProgRock, que pelo jeito, voltou pra valer! Tivemos bons momentos neste ano, com ótimos shows em terras brasileiras, bandas consagradas e outras voltando a cena com força total. Resta esperança para nós, amantes da boa musica, resta uma esperança. Nem de baticum e bunda com bunda, vivem os habitantes da terra brasilis, mas também da harmonia e de letras bem construídas; Vamos a um rápido resgate de alguns eventos de musica neste ano que nos deixa.

Como sempre, pois o Brasil entra definitivamente na rota dos shows internacionais, tivemos visitas ilustres brilhando em nossos mais variados palcos, como a do mago dos teclados Rick Wakeman, da formação original do Kansas, mais uma vez o beatle Paul McCartney, da banda Genetics melhor cover de Genesis era Peter Gabriel, Marillion, Premiata Forneria Marconi, Carl Palmer Band, Roger Hodgson, Jon Anderson em concertos próprios ou em Festivais como o do CCBB do Rio de Janeiro.

Tambem exportamos nossos representantes, como o Cartoon que tocou no Reino Unido e nos Estados Unidos em quatro apresentações importantes, uma na Inglaterra, duas na Irlanda e uma em Los Angeles, divulgando seu ultimo trabalho Unbeatable. Dez, nota Dez! Não fizeram feio lá fora, jogaram seguros e mandaram bala pros gringos! É isto aí, The Cartoon Rules!

Tambem tivemos o retorno aos palcos de Belo Horizonte, depois de 12 anos de ausência, o show de Marcus Vianna mais sua Transfonika Orquestra e também o Sagrado Coração da Terra, assunto para outra resenha! Retorno também da banda Galwem de São João Del Rey lançando disco novo, Joaquim e o Barril de Carvalho, assunto para outra resenha também!

O ano trouxe novidades, figurinhas repetidas e carimbadas, surpresas e mais surpresas, no balanço geral o resultado foi positivo e temos certeza que para 2015 teremos mais e mais novidades. Nossos palcos foram testados e aprovados, nosso publico é ávido por coisa boa, pois estávamos distantes das luzes do arco Iris, agora nosso dinheiro pode pagar para ver e ouvir coisas boas.

E começaríamos o ano com um grande show de mais um ícone do ProgRock, uma lenda do Genesis, o guitarrista Steve Hackett que se realizaria no dia 05 de março, foi cancelado, uma pena! Aguardemos uma nova data e também a sonhada presença até que enfim de David Gilmour para o próximo ano! Também quem sabe, seremos iluminados pela presença do Steven Wilson que esta lançando disco novo, o Hand Cannot Erase, quem sabe a tour deste bate em nossas portas como em 2013 ele trouxe a tour do Raven até aqui!

Viva 2014, que venha 2015! 


Da Redação:
Paulo Trindade (PAULESSA) Eu e as amigas Leda Rocker e Vanessa!!!


segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Parte V - ANOS 70 - QUANDO A MUSICA HABITOU ENTRE NÓS - Coluna Prog Rock - Paulo Trindade


PARTE V - ROCK PROGRESSIVO AINDA VIVO E RESPIRANDO!> ANOS 70 QUANDO A MÚSICA HABITOU ENTRE NÓS!> 
Os anos 70 deixaram uma marca profunda nos anais da história da Música Popular! Excessos e simplicidades, de uma ponta a outra, conviviam em perfeita harmonia, sem cansar os ouvintes. A mistura de estilos, ritmos, encenações teatrais, atraíam platéias, que cada vez pediam mais e mais, ávidas por novidades. A moda também se alimentava deste caos, vide os modelitos usados por David Bowie no inicio da era Glam e tão díspares, mesmo assim, aceitos e delegados ao cidadão comum. Outra prova de tamanho caos equilibrado por mãos hábeis, In a glass House do Gentle Giant, álbum de 1973, que com certeza foi a fonte de inspiração para os Muse em seus melhores álbuns. Ninguém acredita que este disco é do inicio dos anos 70, tamanho o frescor da Música e da vitalidade dos músicos. Ouça, mas creia amigo, isto pertence e foi criado nos anos 70! E sem overdubs de estúdio, tão comum nos dias atuais!! E a coisa esquentava naqueles tempos, também os shows se tornaram verdadeiros tour de force para os músicos e equipe, que às vezes ultrapassaram a quantia de mais de 100 pessoas envolvidas em uma apresentação! Estádios lotados e cada vez maiores eram necessários, o Prog deixava as salas de concerto e caía na estrada! Levava na bagagem também, orquestra e coral em algumas vezes! Os álbuns Alive ganhavam o gosto popular e para cada disco lançado, um álbum ao vivo era obrigatório. No inicio da era da Música Progressiva, o Pink Floyd também resolve escrever seu nome na história e entrar para ela como a banda que compôs o álbum que mais vendeu até os dias atuais, Dark side of the moon! Sim, o Floyd Rosa estava de volta e em grande estilo, som quadrifônico e mixado pelas mãos hábeis daquele que nos próximos anos ditaria regras ao Pop dos 80, o engenheiro de som Alan Parsons! A partir daí, a Música não mais seria a mesma e os shows pediam mais e se transformavam em espetáculos grandiosos, que só grandes estádios comportariam obras como essa! Tambem o Genesis, liderado pelo talentoso Peter Gabriel, criaria sua obra máxima e incompreendida, que culminaria na saída de seu líder, para uma carreira de sucesso, o disco The Lamb lies down on Broadway, musicas curtas e criativas, dando a tonalidade neste disco de 74, ao que viria a partir de 1978, um prenuncio. Guardadas as devidas proporções, é hora de olhar pra frente, porem visualizem o passado para enxergar o futuro e esquecer o presente, pois de baticum, acredito eu que ouvidos e sacos já estejam cheios! Na próxima contaremos a história da segunda metade desta década que acabou cedo, porem é fonte inesgotável aos amantes da boa Música!> Escuta aí álbuns de Progs de Sucesso de 1970:
RICK WAKEMAN – JOURNEY TO THE CENTRE OF THE EARTH - segundo álbum da mago dos teclados – YES – TALES FROM TOPOGRAPHIC OCEANS – sexto álbum da banda - http://www.youtube.com/watch?v=0PdfAQ6aYQg GENTLE GIANT – IN A GLASS HOUSE – quinto álbum da banda - http://www.youtube.com/watch?v=S1HyOz-y8UI&list=PLA35B3CAC4A5FF4DA PINK FLOYD – THE DARK SIDE OF THE MOON – oitavo álbum da banda - http://www.youtube.com/watch?v=ezGCNGtxuQc GENESIS – THE LAMB LIES DOWN ON BROADWAY – sexto álbum da banda - http://www.youtube.com/watch?v=mH44CqW4Pvc
> leia também os artigos que fazem parte desta matéria Parte I http://colunistasledarocker.blogspot.com.br/2013/06/rock-progressivo-ainda-vivo-e.html Parte II http://colunistasledarocker.blogspot.com.br/2013/06/1968-noites-em-cetim-branco-por-paulo.html Parte III http://colunistasledarocker.blogspot.com.br/2013/08/coluna-do-paulo-trindade-parte-iii-rock.html Parte IV http://colunistasledarocker.blogspot.com.br/2013/08/coluna-paulo-trindade-prog-rock-parte.html Parte v http://colunistasledarocker.blogspot.com.br/2014/01/anos-70-quando-musica-habitou-entre-nos.html
sexta-feira, 30 de agosto de 2013

PARTE IV - ROCK PROGRESSIVO - 1970 O SONHO ACABOU...


ROCK PROGRESSIVO AINDA VIVO E RESPIRANDO!
IV PARTE
1970 O SONHO ACABOU, FIM DOS BEATLES, FIM DE UMA ERA!



Os Beatles acabaram! Definitivamente! Paul McCartney anuncia que estava saindo da banda acompanhado de sua esposa Linda McCartney! Facada nas costas do parceiro que disse que faria isto meses atrás, mas o mesmo o dissuadiu de tal numa reunião nos escritórios de sua produtora, a Apple. O mundo se entristecia, fim de uma era! A mágica não existia mais, acabou chorare! O mundo amanhecia naquele 10 de abril de 1970 com um sabor amargo na boca, enfim os Beatles, patrimônio nacional que durante os anos 60 irradiaram uma luz guia para a esperança mundial, combalida pelos tempos de guerra fria e ataques ao Vietnam. Acabou-se a química, como o relacionamento que chega ao fim, desfez-se a união entre os quatro jovens que embalaram o mundo com suas canções. A maturidade beirava a porta e o cinismo dos novos tempos invadia os lares com seus anúncios de uma nova década pela frente. Fazer o quê, né mesmo?

Se por um lado o mundo perdia em ousadia, ganhava em explosão de inventividade, pois para se manter na mídia, os quatro cabeludos do Rock and Roll, soltaram petardos que eram recusados pelos parceiros nas gravações dos Beatles e, que para surpresa e desconfiança de todos, eram geniais! George Harrison foi o mais prolífico nesta primeira hora sem Beatles e nos mandou logo um álbum triplo, primeiro a ser lançado por um artista, All things must pass, discoteca básica pra quem quer entender o que estava por vir naqueles desvairados anos 70.

Não dá pra deixar de lado a contagem regressiva iniciada em 1968 para o fim dos Beatles, quando a banda capengava e dava mostras de cansaço emocional, os quatro não se toleravam, apesar de se amarem, da Revolução que veio a seguir. Isto foi um prenuncio dos anos 70, o cansaço do Rock and Roll em sua juventude, que aquela altura parecia necessitar de alguma reinvenção, para sua longevidade. Daí o surgimento da mixagem de estilos, a união entre eles arejando e fortalecendo cada vez mais o Rock and Roll, que também surgiu de um mix entre a Country Music e o Blues, o crossover tornou-se a bola da vez para que o estilo explodisse de vez em novidades, agradando e tirando os jovens de casa para a curtição! Casava-se Rock com Funk, com Soul, com Motown, com Musica Celta ou com Musica Erudita, alhos e bugalhos juntos numa mesma emoção, as experimentações abriam espaço para tudo e em todos os cantos do mundo! Até na Alemanha, surgiam grupos interessados em mostrar serviço, porem sem perder o acento germânico, diga-se de passagem. Grupos como Kraftwerk, Neu!,Tangerine Dream,Faust, Amon Dull, Can, Triumvirat, Eloy, ensaiavam seus primeiros passos no que seria a mudança e a visualização dos anos 80. Ora, mas nem começamos os 70 e já se falava em 80? Sim, com astros como David Bowie, Roxy Music, Brian Eno, Peter Gabriel, King Crimson, o futuro já batia na porta neste inicio de década.

Sim, os Beatles acabaram e junto com a desesperança do fim de uma era agridoce, veio a novidade da experimentação sem limites! Adeus aos limites e os anos 70 começaram com um olhar desconfiado, uma revolta entre os dentes e a acidez de uma era sem inocência. Os jovens agora descontentes com os regimes políticos, desafiavam autoridades e lutavam em frentes de guerras contra regimes ditatoriais em varias partes do mundo e contra a injustiça, capitaneada pela voz de um John Lennon que pós Beatles pedia para dar uma chance a Paz Mundial! Ainda existiam puristas, sim, claro, Rock and Roll ainda era o Santo Graal para a manifestação da atitude transgressora da juventude, sim, sim! Só que os anos 70 começaram cínico e o individualismo tomou conta da década e o hedonismo invadia as pistas de dança da novidade que tomaria conta de metade da década, as discotecas! Influenciaria também todo o movimento musical, a era Disco, porem, isto é assunto para outra historia! Os Beatles acabaram, porem longa vida a sua musica! A criatura foi maior que os criadores! Longa Vida ao Rock and Roll!








Escuta aí álbuns de Progs de Sucesso de 1970:









GENTLE GIANT – primeiro álbum da banda -http://www.youtube.com/watch?v=328UvOKmhM8



JETHRO TULL – Benefit - http://www.youtube.com/watch?v=Zenh8PmLQZg

EMERSON, LAKE AND PALMER – primeiro album da banda -http://www.youtube.com/watch?v=LWf8GH8aP9Y


MAGMA – Kobaia – banda francesa - http://www.youtube.com/watch?v=vE69QC9GXZ4

O TERÇO - estréia da banda de ProgRock brazuca -http://www.youtube.com/watch?v=RbEPUTK-Vqs



Agora desbundou de vez!!! Inicio da Era dos mega shows em estádios e o ProgRock se introspecta também nos teatros e chega ao Brasil! Vejamos onde foi parar essa história, agora numa panorâmica mais ativa sobre o inicio da década. Apertem os cintos que nossa viagem ao centro da terra vai começar!

Da Redação

PAULO TRINDADE
Colunista Leda Rocker
curta a fanpage Leda Rocker


terça-feira, 6 de agosto de 2013

Parte III - ROCK PROGRESSIVO- 1969 NA CORTE DO REI RUBRO


PARTE III


ROCK PROGRESSIVO AINDA VIVO E RESPIRANDO!



1969 NA CORTE DO REI RUBRO



Como eu disse, falar do ProgRock é contar historias e lendas antigas que habitam as obras dos vários artistas, que se juntaram para compor uma musica que fosse alem do seu tempo. Artistas saídos de escolas de Artes, estudantes atentos aos ensinamentos de músicos contemporâneos ainda vivos, que expressavam e aplicavam seus ensinamentos em controversas obras naqueles loucos anos 60! Algumas dessas novidades engendradas nos círculos acadêmicos, respingava no malfadado Rock and Roll que, como o mar recebe toda as águas dos rios, explodia em variados estilos! Compositores como Schoenberg, Ginastera, Carl Orff, Ravel, Rachmaninoff, Gershwin, entre tantos outros, propunham uma nova visão ao universo do estudo clássico da musica e vários alunos dessas escolas de Artes, propunham alternativas mais ousadas na composição da musica popular, conseqüentemente, influenciando o inocente Rock and Roll. Os apreciadores da musica erudita costumam polemizar questionando o valor estético da música popular, dizendo que a mesma é apenas para mero entretenimento e, devido a isto, atinge um publico muito maior. Em contraponto, dizem que as peças eruditas contem maior valor artístico. Este é um argumento fraco nos dias atuais, pois várias peças eruditas foram usadas extensivamente em campanhas publicitárias, vide trecho d’As Quatro Estações de Vivaldi em propaganda de perfume, talvez por causa destes alunos das Escolas de Artes durante os anos 60 interessados em desbundar e unir o Rock and Roll com a Musica Erudita! Várias outras artifícios de composição erudita caíam no gosto popular, como as Suites, que são uma seqüência de danças muito utilizadas durante o período Renascentista. Porem a intenção da Suite neste caso é a de usá-la como recurso para contar uma historia de varias partes em uma única musica. O lado B do último disco gravado pelos Beatles, o Abbey Road, abraça esta proposta, porem sem a pretensão de contar alguma historia, aproveitando apenas a idéia do Paul de tocar musicas que tivessem uma interligação e que fossem crescendo até um final apoteótico, como uma despedida para os fãs. Com toda esta situação efervescendo na Europa e explodindo em outros cantos, surge uma banda chamada King Crimson, com seu cast de músicos brilhantes, inclusive contendo um dos melhores guitarristas do gênero ProgRock, Robert Fripp!. A banda lança seu primeiro disco em 1969, In the court of the Crimson King, incensado num show de abertura para os Rolling Stones,! A banda logo fez sucesso na frente de milhares de pessoas, executando brilhantemente as musicas do primeiro disco e conseguiram cativar os fãs de cara, nos primeiros acordes. Este disco abre com uma melodia quase Heavy Metal, 21st Century Schizoid Man, que, após o riff, que não deixa nada a desejar frente os mestres do estilo como Iommi, Page e outros, passa a uma Jam tresloucada, finalizando numa porrada sonora e num inesperado free jazz, demonstrando a perfeita interação entre os músicos. A segunda musica, I talk to the Wind, uma bela canção que se contrapõe a primeira pela leveza e delicadeza duma flauta transversal que dialoga harmonicamente com uma guitarra sem fuzz. Daí pra frente são surpresas como a desesperada Epitaph orquestrada por um mellotron, teclado muito usado na época por sua etereidade sonora. O disco caminha para um desfecho inusitado, quando ousa na sua quarta faixa colocar o mellotron pra dialogar com os pratos da bateria e apenas isto, fazendo a base para o vocal de Greg Lake mixado no estudio. Mellotrons, órgãos Hammonds e baterias, simulam o passeio lunar de uma criança da lua e são doze minutos de uma odisséia sonora que se contrapõe ao silencio, experimentalismo puro. Fecham a primeira obra com a musica que dá titulo ao álbum, mais uma vez aberta por um riff sonoro que acompanhará o refrão da musica e, mais uma vez, a leveza de uma flauta transversal se contrapõe ao peso da guitarra e bateria. Esta é uma obra a ser descoberta pelos novos e curiosos do universo ProgRoqueiro, porem merece mais de uma plugada no play, pois contem tantas nuances que talvez na primeira execução, ouvidos maltratados hoje em dia, não descobrirão a beleza da mesma de imediato. Recomendo e incentivo a audição para o tratamento dos ouvidos cansados de tanto baticum sem propósito nos dias atuais.



Bem vindo a corte do Rei Rubro!



Longa Vida ao Rock and Roll!




Escuta aí álbuns de Progs de Sucesso de 1969:

KING CRIMSON – IN THE COURT OF THE CRIMSON KING

YES – YES (1969) estréia da banda

RENAISSANCE – RENAISSANCE estréia da banda

GENESIS – FROM GENESIS TO REVELATION estréia da banda


E aguardem, na próxima entramos definitivamente nos anos 70 com o anuncio do fim dos Beatles e outras revoluções a vista! Vamos aos anos 70, a década que não acabou!

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Parte II - 1968 noites em cetim branco - por Paulo Trindade


ROCK PROGRESSIVO AINDA VIVO E RESPIRANDO!


1968 NOITES EM CETIM BRANCO



IIo.

Colunista Paulo Trindade
 para a sessão ProgRock


Nossa história continua, depois da ótima estréia com os discos dos Beatles e Pink Floyd, como ‘abre alas’ para o estilo. Agora, depois da estreia, seria preciso queimar chão e colocar a cara pra bater, porém os Beatles não estavam mais a fim de shows, e o Pink Floyd começou a atravessar sérios problemas com o Syd Barret, que enveredara pelo caminho sem volta do surto de drogas. 



Mesmo assim, a cena acontecia e fortalecia, mas a alcunha ‘Progressivo’ só seria usada alguns anos depois e, por enquanto, a discussão se limitava aos álbuns conceituais, sendo Sergent Peppers considerado o primeiro deles. Puristas ao contrário alegam que, após Brian Wilson, dos Beach Boys, ter escutado o Rubber Soul, dos Beatles, lançou-se numa disputa ferrenha para ver quem compunha o melhor álbum, lançando o emblemático Pet Sounds, de 1965, que é muito sofisticado e inspira aos rivais a criação máxima de 67. Tudo isso começou com um surto do Brian Wilson no retorno de uma turnê dos Beach Boys, em 64, quando ele não ficou totalmente satisfeito com os rumos musicais que sua banda tomava. Resolveu, então, implementar cada vez mais o som, adicionando novos ‘quitutes’, como elementos de Música Flamenca, Erudita e do Jazz, chamando outros músicos pra tocar e isto foi o pontapé inicial para a variação denominada ’Art Rock’! A alcunha ‘Rock Progressivo’, viria mais tarde, durante os anos 70, e seria popularizada pelos grandes do Rock durante essa década. 



Ao final de 1967, depois do estrondoso lançamento do Sergent Peppers, em agosto, os executivos da gravadora Decca Records resolveram testar uma nova tecnologia conhecida como DSS, Deram Sound System, e queriam gravar a Sinfonia nr. 9 de Dvorak, tocada por instrumentos elétricos, Rock com orquestra, brecha inaugurada com os Beatles, que, ao final do Sergent Peppers, contrataram uma orquestra inteira para executar um único acorde num crescendo — dizem as lendas de estúdio. Chamaram os Moody Blues, que se destacavam na cena após o lançamento de seu primeiro disco. Eles aceitaram o convite, com uma condicionante: executariam o projeto com músicas próprias e sem intervalos entre uma canção e outra. Os executivos piraram, mas, como se tratava da Swinging London dos bons tempos e o Sergent Peppers faturava alto sem ter uma única música nas rádios, bancaram a doideira. Então nasceu o Days of future passed, que por si só já era um escândalo e uma ousadia sonora! A proposta da banda era “contar a jornada comum da existência humana, do nascer ao por do sol”, verdadeiro Ulysses de James Joyce sonoro. 



Após esse conceito estabelecido, os integrantes da banda criaram a música, e o disco foi lançado em dezembro de 67, fazendo sucesso de 68 em diante. Considerado como pedra fundamental para o Rock Progressivo, este álbum-conceito trazia a novidade de não ter intervalos entre suas músicas. “Mas como tocaria nas rádios?” — perguntaram os produtores ávidos por reaver sua grana. A banda lançou, então, em compacto simples, a música Nights in white satin de um lado e do outro a Tuesday afternoon, tornando-se sucesso imediato. Os Beatles são considerados os precursores dos álbuns conceituais, mas sabemos que o Sergent Peppers não mantém uma unidade entre suas composições, devido à má vontade de John Lennon em não pactuar com a “Banda do Sargento Pimenta”. Dessa forma, suas músicas não seguem a proposta de McCartney, de contar uma história única e o disco dos Moody Blues supera-os nesse quesito, devido à unidade temática entre todas as músicas. Assim estava lançada a pedra fundamental para os anos 70, que nasciam ali com os seus mais variados estilos e álbuns conceituais, que viriam a seguir. A partir daí, vários outros garotos resolveram, em suas garagens, enveredar pelo novo estilo, misturando folk, celta, erudito, tudo o que o imaginário permitisse e desafiasse os músicos a extrapolar possibilidades cada vez mais inusitadas em seus instrumentos. 



Estava dado o YES para o início do estilo, eis aí sua GENESIS. Mas esta é outra história e fica para outro capitulo da saga! Bem-vindo aos anos 70! E o “Agricultor inglês” está a caminho, siga-nos!




Escuta aí álbuns de Progs de Sucesso de 1968:

MOODY BLUES – DAYS OF FUTURE PASSE

JETHRO TULL – THIS WAS

PINK FLOYD – A SAUCERFUL OF SECRETS

YES – YES (1968)

FAMILY – MUSIC IN A DOLL’S HOUSE

THE NICE – THE THOUGHTS OF EMERLIST DAVJACK





O Colunista Paulo Trindade gostaria de agradecer o convite do amigo e entusiasta do ProgRock mineiro, Claudio Varanda, do show da LadyLike e do By the Pound, no Teatro Dom Silvério, no dia 15 de junho, para excelente apresentação de duas formidáveis bandas. Parabéns pela produção e pela garra dos músicos e profissionais envolvidos no evento! Que venham mais!


sábado, 8 de junho de 2013


Parte I - Rock Progressivo ainda Vivo e Respirando! ( Por Paulo Trindade)

COLUNA  PROGROCK
por Paulo Trindade
frequência de publicação: quinzenal





ROCK PROGRESSIVO AINDA VIVO E RESPIRANDO! PARTE 1







    Falar de Rock Progressivo nos dias atuais é como escavar as mais profundas minas em busca de fósseis perdidos. É procurar por lendas e histórias antigas de duendes, gnomos, elfos, bruxas, magos, cavaleiros andantes, princesas, rainhas e reis, e todo um imaginário que permeou os séculos XVII e XVIII, porém sem a pujança hollywoodiana dum Harry Potter, dum Senhor dos Anéis, de Peter Jackson, focado apenas naslendas antigas. É também, para os mais velhos, contar histórias muito loucas sobre o estilo para os jovens, que, sedentos, se embebedaram com elas. Ora, quem diria que, durante a década de 60, jovens em busca de novos experimentos musicais, embalados de muito ácido numa longínqua Swinging London, lançariam uma moda que avançaria no tempo e elevaria a música dançante aos patamares da sublimação espiritual? 

    Aqueles jovens queriam apenas tirar mais um sarro da caretice vigente, mas estavam embalados pelo jazz blues — coisa séria ! Daí, uns garotos de Liverpool resolveram acabar com seus shows, pois o mundo queria vê-los, mas não ouvi-los, só que, nesta reclusão e dieta de shows, eles devolveriam ao mundo o melhor que eles podiam produzir em termos musicais e, a partir daí, seus discos seriam consagrados como obras-primas para o estilo. Há tempos, os quatro cavaleiros da Rainha pensavam em diferenciar seu som, através duma busca incessante de novidades e estilos que o tornassem mais ousado. Gravações ao contrário, instrumentos indianos misturado às guitarras, violões de seis, doze cordas, órgãos Hammond e afins, tudo valia para traduzir a loucura que passava por suas cabeças. Então, em 1967, nascia o rebento que abalaria as estruturas musicais que, antes dele, navegavam em mares tranquilos. 

    Nascia, para uma longa vida, o “Sergent Peppers and the Lonely Hearts Club Band”, marco da revolução musical que viria a seguir. O mundo nunca mais seria o mesmo depois disto. No estúdio ao lado daquele mesmo estúdio onde esse escândalo musical foi gerado, outros quatro cabeludos fãs de blues e arte impressionista gravavam seu primeiro disco e — dizem as lendas — que, num intervalo e outro, seus membros trocaram baforadas de cânhamo e ácido lisérgico e figurinhas musicais. Eram os donos do Floyd Rosa que gravavam seu primeiro disco, regido pelo maestro guru Syd Barret, “The Piper at the Gates of Dawn”! A criatura influenciando o criador, pelo que se conta, pois, como todos os jovens daquela época, todo mundo queria ser um Beatle! Daí nasceu o primeiro marco dessa nossa história, já com dois discos registrando a loucura que viria a seguir, um dos Beatles e outro do Pink Floyd. Outros resolveram meter as caras e o pé na jaca desta nova tendência psicodélica que inaugurava o estilo, verdadeiro abre-alas para a ousadia permissiva que viria em seguida. Teclados mirabolantes, exercícios de virtuosidade, rock com orquestra, uso e abuso de instrumentos não convencionais, slides nos shows, arte nas capas dos discos, tudo valia para incrementar cada vez mais o som e o visual do estilo. Este foi apenas o início, imagine o que vem a seguir! Siga-nos em novas histórias então!
(R)


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